O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou nesta quinta-feira (20) como “narrativa” o conteúdo da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado.
Em sua primeira declaração pública após a manifestação da PGR, Bolsonaro também afirmou que está com a “consciência tranquila”.
“Não tenho obsessão pelo poder. Tenho paixão pelo Brasil. Ao contrário de alguns poucos aqui, em Brasília, que no momento mandam muito, eu estou com a consciência tranquila. Nada mais tem contra nós do que narrativas. Todas foram por água abaixo. Investiram pesadamente agora nessa última: golpe”, declarou o ex-presidente em um evento para filiados do PL.
As declarações foram feitas dois dias após a PGR ter apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A PGR aponta Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que praticou atos contra a democracia e que tinha um "projeto autoritário de poder".
Inelegibilidade
Ao longo de todo o discurso, Bolsonaro se apresentou como pré-candidato à Presidência da República em 2026.
Pelas regras da Justiça Eleitoral, o ex-presidente não poderá, porém, disputar o pleito. Bolsonaro está inelegível até 2030, por condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Jair Bolsonaro disse que podem existir pessoas "mais preparadas" do que ele, mas que somente ele tem o "couro mais grosso".
O ex-presidente fez, ainda, apelos aos correligionários para que deem a ele "50% [dos deputados eleitos] para a Câmara e 50% [dos senadores eleitos] para o Senado" em 2026.
"[Eu] mudo o destino do Brasil [com essa bancada]", afirmou.